A poeta profunda e os outros eus

soltei os grilhões

não me importam mais-

algumas -

opiniões.

como é bom

viver o

mundo,

eu profundo

todos os

Eus.

eu bebo

uma taça

de vinho,

baco,

e as ideias

fluem

água de rio

renovada

nunca estive

tão consciente

de mim.

enquanto escrevo

sou clarice

meu filho

dá uma garfada

no macarrão

e eu,

entre uma garfada

e outra,

um gole

e outro

uma lágrima

e outra

do peso

dessa autoconsciência

sei que não quero

mais o

PESO

do mundo

em minhas costas,

assim mesmo,

letras garrafais.

quero mesmo

a leveza do ser

sentir o que

é para sentir,

feito alberto caeiro,

ter meus pensamentos

todos sensações.