VOU AÇUDANDO O MEU PRANTO!
Tento acudir meu choro
açudando-o para não ficar em vão!
Ajeito o imensurável do sentimento para
que a defenestração não ocorra pelo meu coração!
Tento num esforço incomum salvar o oásis do meu lamento,
mas tudo rodopia findando-se no chão!...
Chão embebido de história que o satura neste momento!
Manchado e sem brilho aceita acolher-me friamente!
Deito-me atirado e estirado sem o travesseiro dos sonhos!
Faço companhia ao meu colimado e gotejante olhar
mirado e mirando a sua partida no expressivo
gesto feito, de nunca mais, com as mãos!
Tento, em vão, salvar a penumbra do que restou de você!...
Em vão!...
Vou tentando esvaziar este abismo e
quanto maior é o esforço para findá-lo,
mais me aprofundo nele!
©Balsa Melo
19.04.06
Cabedelo - PB