EU NÃO ACHO NORMAL

Eu não quero achar normal

O mal que acontece com freqüência,

E por mais que seja diária violência,

Eu nunca vou achar que é natural.

Quero continuar me indignando

Diante da inversão de valores,

Do contrário estarei legitimando,

A ação dos infratores.

Quero me horrorizar com a corrupção,

Estupros, mortes, atropelamentos

Assaltos, fome, homicídios e aliciamentos

Analfabetismo, pedofilia e prostituição.

Quero continuar sendo honesta,

Sem por isso ser ridicularizada,

E vou sempre levantar a voz em protesto

Contra quem achar que estou ultrapassada.

Quero usar o orkut, msn, e-mail, celular,

Mas apenas para solidificar a relação

Nascida da empatia, respeito e admiração

Seja na rua, escola, trabalho ou outro lugar.

Não acho que para ser moderna, atual,

Eu tenha que achar que tudo é natural,

Que crimes contra a vida e a impunidade,

São conseqüências naturais da modernidade.

Quero sim, me espantar diante da dor,

Chorar de emoção, acreditar no amor

Defender a família e suas tradições,

Independente de raça, ideologias ou religiões.

Quero sentir orgulho da verdade,

Lutar por minha felicidade,

Mas sem nunca perder de vista

Que a justiça é uma conquista.

Eu quero ficar insatisfeita

Diante do dever não cumprido;

Não, eu não quero ser perfeita

Quero apenas a sensação de ter vivido!

Quero ter o direito de não achar tudo natural...

Mesmo correndo o risco de ser considerada

Uma pessoa careta, jurássica, ultrapassada;

Prefiro isso a acreditar que ser desonesto é normal.

Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 05/11/2007
Código do texto: T724436
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