Nuvens negras
Nuvens negras.
Olho o céu e não encontro o sol, nuvens negras não o deixam ver.
Ao longe ecoam trovões e raios traquinas iluminam os céus.
Uma gota de chuva, desenvergonhada, pousa no meu nariz.
Um som intenso e assustador faz-me estremecer,
Num ribombar intenso a trovoada aproxima-se assustando o petiz.
Assustado chora no colo de sua mãe que o acaricia.
Outra gota descarada pousa em meu rosto.
Logo outras se lhe juntam e refugio-me em casa.
Das negras nuvens surge uma cascata,
A chuva torrencial inunda os campos e entra pela janela.
As ruas são rios caudalosos que tudo arrastam.
Todos os deuses parecem estar loucos, soltando fúria,
Lançam raios e fazem rufar os tambores.
Ou será a terra em revolta que chora e se lamúria?
Chora as dores das chagas abertas e não cicatrizadas,
Grita o sofrimento das queimaduras profundas,
Agoniza sem consolo num colo que já não existe
Pedindo à humanidade que a socorra.
O céu veste-se de nuvens negras e chora.
Chora, de desespero e raiva, em torrentes de lágrimas.
Pobre terra agonizante… temos que a salvar...