Desnuda
Ao sair do banho o corpo molhado e desnudo
absorve a brisa suave de uma tarde nublada
a toalha escorrega e se encolhe no chão
gratidão natureza, por toda a jovialidade
a mente tão sã e anciã não tarda rememorar
o movimento do vento convida a dançar
os pés flutuam acima das lembranças de chumbo
não há nada triste que não sirva de conforto
se não posso me dissuadir da dor
tomo-a por lição
tudo aquilo que vi não me abandonou
mas o que fui é a mera reformulação do que serei
a recorrência e grandeza dos dias cega:
a magia está impregnada ao redor
nas entrelinhas de redescobrir o que foi ignorado.