Esperança
Ouviu-se um grito de guerra em silêncio.
As correntes apertavam os pés descalços,
O corpo cambaleava, sobre o solado.
As correntes apertavam as mãos em punho,
E o corpo cambaleava em fileira e imune.
Ó, ó, ó, na mãe África, não estou.
Ó, ó, ó, só saudade é o que restou.
Ouve-se um grito de guerra em silêncio
Desmontes e violência. Quanta imprudência!
Operários ou civis, entregues, aos mil.
Na Pátria amada, de céu anil.
Ó, ó, ó, na mãe África, não estou.
Ó, ó, ó, desconheço o que restou.
Ouviremos um grito de guerra em silêncio
Dos que não se renderam e tem argumento
A esperança renasce sobre o asfalto
E o povo segue ao combate no alvo.
Ó, ó, ó, na mãe África não estou...
Ó, ó, ó, a esperança é o que restou.
Negra Aurea: 30/01/18 às 10:00h