Submerso
Os meus olhos, na mais profunda solidão, fitou o amargor do destino
e as pétalas sagradas do amanhã, sendo tiradas, sem rancor, uma a uma.
A exaustão chega a pele, me incendeia, faz-me entender o que eu não deveria ter feito.
E do tempo ao tempo, me perco na imensidão das horas
e não me perdoo.
Eu, por pura ingratidão, soltei minha mão e continuei caminhando para paisagem irreal, colorida por só Deus sabe quem.
E quando se chega ao irreal, quebramos a cara na parede.
A Lucidez é o que nos torna, aqui e agora, os seres com competência pra se pensar além do sobreviver.
E o irreal me rouba a Lucidez...
Me rouba a sobriedade que já tanto me falta.
O Lúdico me transborda, me faz entender que tudo é o que não é.
Estou submerso, não me falta sonhos e devaneios.