Submerso

Os meus olhos, na mais profunda solidão, fitou o amargor do destino

e as pétalas sagradas do amanhã, sendo tiradas, sem rancor, uma a uma.

A exaustão chega a pele, me incendeia, faz-me entender o que eu não deveria ter feito.

E do tempo ao tempo, me perco na imensidão das horas

e não me perdoo.

Eu, por pura ingratidão, soltei minha mão e continuei caminhando para paisagem irreal, colorida por só Deus sabe quem.

E quando se chega ao irreal, quebramos a cara na parede.

A Lucidez é o que nos torna, aqui e agora, os seres com competência pra se pensar além do sobreviver.

E o irreal me rouba a Lucidez...

Me rouba a sobriedade que já tanto me falta.

O Lúdico me transborda, me faz entender que tudo é o que não é.

Estou submerso, não me falta sonhos e devaneios.

Igor Honorato
Enviado por Igor Honorato em 27/04/2021
Código do texto: T7242329
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