Meretriz

A falsa puritana dava na cara de quem lhe acusava

Dava de costas, de frente e de lado

A quem bem entendesse, a todo coitado.

Mas não assumia seu lado pagão

Era da imagem de santa e do lar

As aparências, seu preço invulgar.

Seu nome deitava nas rodas e línguas

Seu corpo era dado a estranhos ou não

A casta repousava em sua face para dar sermão.

Fabricava sorrisos afáveis e nobres

Não se traía em gestos ou palavreado

Acreditava enganar a muitos pobres coitados.

Mas quem trai a cara da gente é a língua do povo

Poderia ser fingida com quem não se deitasse

Que deitavam sobre ela os relatos fugazes.

Acreditou que na vida de santa

Poderia ser para sempre uma atriz

Mas cidade inteira sabia de sua fama de meretriz.

Cyntia Pinheiro
Enviado por Cyntia Pinheiro em 25/04/2021
Código do texto: T7241053
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