Usurpador de almas

Quem vem de mansinho

Cheio de boas intenções

Bem apessoado, educado

Querendo conquistar corações

Uma erva daninha, um parasita

Que esconde o desprezo

Que faz-se de ingênuo

Pra invadir terreno alheio

Ele usurpa pra si aquilo que não criou

Rouba toda a essência contida

Modifica as linhas do escritor

Macula os versos de uma bela escrita

Não aprendeu a caminhar sozinho

Anseia pela luz alheia na sua escuridão

Sem escrúpulos, manipula, engana

Em prol do seu ego, uma contrafação

Uma ave de rapina sem pouso

Sugando a vida e os ideais

Subvertendo os papéis, ser ardiloso

Com suas artimanhas desleais

Usurpador de almas,

Um deserto seco, sem cor

Que não conhece limites

Anseia beber do poço, a água que não carregou.