VDA SECA EMIGRA
Mata branca sol ardente,
Pés no chão a calejar,
Garganta seca o barreiro
Não tem água para molhar;
Ombros caídos pele queimada
Chapéu de palha a sombrear.
O jibão lá na parede
Animal solto a procura,
Comida rala, agarapé
Saciar a sede fome acabar;
Abatimento acabrunhado
Areia quente que faz turvas.
Desabonado lavrar o chão
Desmatamento, chamar a chuva,
Céu aberto nuvens claras
Fazer queimadas erosão;
O juramento, a lamuria
Maldizente sustentação.
Ansiedade, todo dia arribação
Privação d'água não dá milho,
Não tem feijão não tem mandioca
Sem o trigo não se tem pão,
Vida seca lá na roça
Está sem jeito;é emigração.