VDA SECA EMIGRA

Mata branca sol ardente,

Pés no chão a calejar,

Garganta seca o barreiro

Não tem água para molhar;

Ombros caídos pele queimada

Chapéu de palha a sombrear.

O jibão lá na parede

Animal solto a procura,

Comida rala, agarapé

Saciar a sede fome acabar;

Abatimento acabrunhado

Areia quente que faz turvas.

Desabonado lavrar o chão

Desmatamento, chamar a chuva,

Céu aberto nuvens claras

Fazer queimadas erosão;

O juramento, a lamuria

Maldizente sustentação.

Ansiedade, todo dia arribação

Privação d'água não dá milho,

Não tem feijão não tem mandioca

Sem o trigo não se tem pão,

Vida seca lá na roça

Está sem jeito;é emigração.

Gilson Brasil
Enviado por Gilson Brasil em 24/04/2021
Código do texto: T7240140
Classificação de conteúdo: seguro