DIANTE DO SOL
Nasce o dia, não vejo o Sol
Pareço ter me prendido a ti
Pareço ter me perdido aqui
Entre quatro paredes...solidão
Nessa rotineira escuridão
E apenas a Luz faz o meu dia
Tão solene quanto a lembrança
De teus olhos e do brilho do amor
Que eu possuí e não possuí
Além do que eu pude tocar
Diante do Sol, diante do mar
E do brilho intenso do teu olhar
Que nada mais foi ou será
Além da doce ilusão que eu criei
Quando me perco no passado
Deixo-me ser levada pelo vento
E volto a sentir o calor e o sentimento
De possuir o que mais desejei
E que no passado eu deixei
Irradiando minha escuridão e angústia
De viver tendo um amor acabado
Que teima em viver a meu lado
Que queima como o fogo, a chama
Que brilha como o Sol, que ama
E parece ter perdido a razão
Para adormecer na escuridão
E poder fechar os olhos, tendo a luz
Acreditar que o Sol ainda me seduz
Nada mais faz o meu dia
Sou a noite, a Luz, as estrelas
O Sol apenas traz a recordação
De um amor eterno, profundo
Pelo qual desafiei o mundo
E que vivemos diante do mar
Tendo o Sol a observar
E doar a nossos corpos mais calor
Como se já não incendiássemos de amor
E como se eu já não sentisse
Que por mais que eu te possuísse
Não poderia prender-te a mim
Por diante de ti tornar-me o calor
Que o Sol traria por este amor
Agora, já não sou capaz de sentir
A energia que o Sol me trazia
Por não possuir o que não possuía
Mas sentir o que jamais imaginei
Que seria capaz de sentir em um dia
O calor já se tornou tão frio
Quanto o vazio do meu coração
E por mais dias que vierem a nascer
E por mais vezes eu irei viver
Na escuridão, nas estrelas, no Luar
No devaneio de amar e não amar
E por mais dias que o Sol se por
Jamais renascerá o brilho do teu amor!