(In)satisfação
Olho o céu. Sinto o infinito...
Há também o vazio.
Extravio..., indecente imanência.
Só..., a(D)eus transcendência!
Sob meus pés..., o solo.
Talvez (p)reste a decência.
Contudo..., há tua ausência.
Se te olho..., não vejo.
Se te vejo..., não olho.
Se te escuto..., não calo.
Se me calo..., não ouço.
Não posso mentir.
Muito menos..., trair.
Que te sobra..., me falta.
Você faz tanta falta!
Pudesse eu mentir...
Insólita angústia.
Estás aqui..., mais aí.
Estou aqui..., mas em mim.
Adultério de si...
Adultério de mim...
Bovary(ismo)?
Ipatinga, 24 de abril de 2021.