DEDOS

Do um ao vinte eles estão sempre ali

Passam despercebidos, mas sempre os usam-se

Pra tudo deles necessitamos desde a escrita

Até no momento em que vamos dormir.

Longos e magros ou curtos e gordos

Elegantes e desajeitados, estreitos e tortos

Com unhas grandes, caprichadas e bem feitas

Com unhas curtas, desleixadas ou mesmo roídas.

Ajudam na escola e na contagem do tempo

Prontos para receber a aliança de casamento

Substituem o não! Quando a fala não pode sair

Unidos dão tchau! Quando dizem adeus a partir.

Arrisco a dizer que dedos são o coração da mão

Tocam as notas, os acordes e escrevem a canção

Embalam as melodias e trazem a tona a emoção

Mostram o caminho correto ou as vezes não.

Dizem que os dedos sentem sabor

Secam as lágrimas e acalentam a dor

Deslizam nos corpos no momento do prazer

Demostram cuidados, rendição e também poder.

São o meio de comunicação dos que não tem voz

Representam os verbos eu, tu, eles nós e vós

Parceiros inseparáveis no momento de pensar

Entrelaçam-se quando nos colocamos a orar.

Dedos! Peça necessária da anatomia humana

As vezes apontamos e desvendamos a trama

Companheiros discretos do poeta ante a poesia

Quando encontram uma outra mão que amam

Transbordando de felicidade e alegria.

HB 19/04/2020

HERNANI BAPTISTA
Enviado por HERNANI BAPTISTA em 23/04/2021
Reeditado em 23/04/2021
Código do texto: T7239232
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