Encontro de almas

Quando um poema conversa com a gente, não é um simples ponto em que nos faz enxergar

É como se a nossa alma pudesse tocar a alma do eu lírico e se deliciar das verdades segredadas

Por que o poema, não é posse do poeta, é emprestado pelo eu lírico, que chega, lhe segreda à alma e sai deixando o segredo se espalhar.

Só quem tem alma pode saborear os poemas, e é por isso que o poeta sabe amar

É só, é pétala de um mal – me- quer, é a noite escura sem luar

É o sino da catedral ao meio dia!

Mesmo assim é intenso, fervoroso, incandescente

Trinta e seis parece tão adolescente

Também parece já ter chegado lá

É a alma que o poeta deixa derramar,

Que se esvai em palavras a destilar

Não é seu, é o que sai de si

Não é posse, então não é perda

É apenas a alma espalhando seus segredos

Quando um poema nos conta seus versos,

Nos segreda o coração do poeta,

Que o poeta nem se quer pode dar conta

Por que segredos, são para serem guardados

Mas o poema não esconde, nos revela

E o poeta, a que aclama,

Não é sua alma que sai pela greta

Mas a alma do mundo inteiro

Por isso quando um poema alcança o coração,

Não é um ponto de vista,

É um encontro de almas.