Sonho de Morte

Tento um recolhimento vil ao quarto,

Na verdade é uma cova de leões

E deste mundo nem sequer me aparto;

Me maldigo das fortes convulsões.

Sonhos que foram sonhos, sensações

De um iminente e fulminante infarto...

Soam ao longe, velhas, as canções

Que antecipam a dor de mais um parto.

Sonhos são pesadelos em vigília

E vejo que lá fora o sol já brilha

E brilha intensamente na nação

E vou dormir! Meus pobres companheiros

Que batem cinzas e fumo aos cinzeiros

Estes, coitados, não mais me verão!

Rogério Freitas
Enviado por Rogério Freitas em 22/04/2021
Código do texto: T7238475
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