QUE NOS RESTA?
Ás vezes temos medo
e não há razão para isso,
pelo menos é o que pensam as pessoas
que estão do lado de fora.
O medo é um estado de espirito
que normalmente nós podemos controlar
Muitas vezes o medo é infundado,
não há uma razão plausível onde assente.
O medo é um produto
fabricado na nossa imaginação
e quando assim é
podemos neutralizá-lo,
ou com o nosso próprio esforço
ou com a ajuda da família e dos amigos
ou procurando ajuda especializada.
Não é de modo algum,
deste medo que eu estou falando
mas sim do medo global
que todos estamos enfrentando.
O medo agora
é provocado por um perigo real.
Todos nós temos que estar cientes disso.
O perigo prevalece sobre o medo
e é mais forte.
Não há como evitar não ter medo
ou fingir que nada se passa,
ou menosprezar a sua ação.
Quando o perigo é real e letal,
as pessoas têm medo
e precisam de ter consciência
porque é que têm medo.
Não é uma brincadeira!
Actualmente,
enfrentamos um perigo real
que nos ameaça a todos no planeta.
É perfeitamente fundamentado
o facto de termos medo.
Isso torna-nos mais cautelosos e cuidadosos,
o que é bom para o bem de todos.
No entanto,
A avalanche de notícias aterrorizantes
e o confinamento,
está deixando muita gente deprimida.
Este medo que nos domina a todos
Pode levar-nos a outra questão pertinente.
O perigo de um medo tão avassalador,
mesmo se justificado,
é uma porta para a exploração da sociedade.
O bom senso implica a condição
de sermos diligentes contra tais abusos.
O inimigo é invisivel
Ao longo do caminho, vai pulverizando
medo, descrença, pânico,
miséria e desgraça.
Não é uma piada. É um perigo real.
e todos os dias faz uma grande segada,
ceifando a eito milhares de vidas,
destruindo a economia mundial,
deixando milhares de pessoas na miséria,
deixando o mundo em ruínas.
Não fosse a ajuda de alguns filantropos,
seria ainda bem pior.
Contudo,
toda a ajuda é pouca
para a carência incalculável.
Esse maldito vírus é misantrópico
e difícil de combater.
Que nos resta?
Não perder a fé e a esperança.
Acreditar que vamos saír desta!
©Maria Dulce Leitao Reis
20/04/2020