ASFIXIA

Encerra em silêncios seu caos

De palavras, estrelas e adeus

Como quem se perdesse em si mesmo.

Na espera a paciência da terra

Cala em tudo o que é chama e semente

Por prece esquecida.

Sob céus do outono que não mente

Das certezas na vala comum,

Na insaciável sarjeta dos dias

Terá já da vida o bastante.

Saberá que no fim tudo ensina

Do sopro à asfixia.

Que um vento improvise elogios

Nos umbrais dessa noite sem fim,

Pelos ramos aflitos, a expressa

Recusa do instante ao lamento --

E quão doce é esse açoite em reclamos

No dorso das horas...

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 20/04/2021
Código do texto: T7236984
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