ASFIXIA
Encerra em silêncios seu caos
De palavras, estrelas e adeus
Como quem se perdesse em si mesmo.
Na espera a paciência da terra
Cala em tudo o que é chama e semente
Por prece esquecida.
Sob céus do outono que não mente
Das certezas na vala comum,
Na insaciável sarjeta dos dias
Terá já da vida o bastante.
Saberá que no fim tudo ensina
Do sopro à asfixia.
Que um vento improvise elogios
Nos umbrais dessa noite sem fim,
Pelos ramos aflitos, a expressa
Recusa do instante ao lamento --
E quão doce é esse açoite em reclamos
No dorso das horas...
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