Alma da terrra.

Alma da Terra

Das origens da terra

De natureza, rodeados

No seio da mata viviam

De bichos e rios cercados

Eram livres, felizes

Homens e crianças de pés no chão

Entre cantos de aves sagradas

Todos se fizeram irmãos

Face a face, bem comum

Mantinham tradição

Sagrados rituais, danças,

Sem qualquer opressão.

Veio o invasor

Roubou-lhes a liberdade,

A vida, a terra, a língua

Da terra, a sustentabilidade.

Sangue inocente derramado

Clama ainda dos ancestrais

Resistem, lutam pela vida

Nesses tempos desiguais.

Das águas que nadavam

Rio poluído restou

No coração da floresta

Serra, fogo se achou.

Mas nada pode destruir

A origem, os nativos da terra

A voz que clama justiça

A voz que faz paz, também é guerra.

Para lutar por seu espaço

Pela vida, pelo direito

Contra a exploração da natureza

Esperança grita no peito.

Hoje indígenas são mestres, doutores

Expressam seu modo de pensar

Lutam pelo direito de ser

Contra quem a pura história quer dizimar.

Porém raiz forte não morre

Ancestralidade em seu sangue corre

É canto e reza que não se cala

Também mistério, ciência, cultura que fala.

Originários da terra

Memória que não se apaga

Filhos dos ventos, das águas

Luta que são se acaba.

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Paula Belmino