Nada o amor esconde
Nada o amor esconde
( 18/04 Dia Universal da Poesia)
Luiz Alberto Silveira
Se soubessem de mim, o que saberiam e não sei?
Saberiam das noites em que não tive sonhos?
Dos dias caminhados em que não achei?
E das palavras que não disse, o que deixei?
Meus olhos são janelas que buscam lá fora o que não encontro
Porque no tempo, demais, muito longe fiquei
Venci ondas, enfrentei tormentos
Resisti aos ventos e pensamentos
Rompi meu coração quando percebi dores
Das minhas, nem tanto
Lágrimas chorei na alegria sentida
Do mundo os perfumes e cores
Fiquei do jeito tranquilo, levando blindados porquês
Com defeitos sanados, alguns, em versos e prosa
Com qualidades escondidas nos suores e acenos
Está na mente o que na alma se sente
Numa vã busca fora onde o sentimento não mora
Tornando inútil procurar se não está
Não saberão de mim o que não consigo ver
Nem das insônias que de tantas causas esqueci
Nem do que não achei porque nunca perdi
Mas de todo esforço um encontro se deu
E foi no amor que de mim, nunca, nada escondeu