A SAUDADE PLENA
É viajar pelo avesso do prazer
No inóspito reverso da felicidade
No lado triste e cruel da realidade
Com a dor exposta no viver
É navegar em um barco vazio
Sob um céu sem estrelas, em luto
Com o coração resignado, devoluto
Num abismo sem luz e frio
É uma falta gritante de tudo
Um abandono terrível e total
Uma carência consumindo o real
Um silencio cortante e absurdo
Num olhar que ficou no passado
Na fleuma do abraço ausente
Num cheiro fixado na mente
Num sorriso triste, no tempo, paralisado.