FRIEZA
FRIEZA
Na aragem fria
Que a madrugada invade
Até o raiar do dia
Verei o ato da desigualdade
O homem negro em farrapos
Ele em trapos
Dorme sem abrigo
No que logo será jazigo
Passam um dois mil
E puta que o pariu
Parece que o homem sumiu
Será que ninguém o viu
Viu sim mas foi em frente
Vai ver não viu gente
Apenas um corpo jogado
De mais um desgraçado
Apenas um entre muitos
Neste horrível circuito
Cada vez mais inumano
Neste vil cotidiano
Tanto desenvolvimento
Tanto progresso
Tanta falta de sentimento
Tanto pecado inconfesso