FRIEZA

FRIEZA

Na aragem fria

Que a madrugada invade

Até o raiar do dia

Verei o ato da desigualdade

O homem negro em farrapos

Ele em trapos

Dorme sem abrigo

No que logo será jazigo

Passam um dois mil

E puta que o pariu

Parece que o homem sumiu

Será que ninguém o viu

Viu sim mas foi em frente

Vai ver não viu gente

Apenas um corpo jogado

De mais um desgraçado

Apenas um entre muitos

Neste horrível circuito

Cada vez mais inumano

Neste vil cotidiano

Tanto desenvolvimento

Tanto progresso

Tanta falta de sentimento

Tanto pecado inconfesso

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 15/04/2021
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