CONDENADOS A VIDA

Não há como escapar da vida.

Dessa vida concreta e alheia a si mesma,

circunscrita ao corpo,

que se faz contra e através do mundo,

que busca seu próprio dupro,

seu outro obscuro de desconhecidos modos de Ser profundo.

Essa vida que sofre todos os absurdos da insanidade do humano e do absoluto.

Essa vida que morre através

de cada um de nós.

Que persiste através de nossos filhos como uma erança maldita.

Não há como escapar.

Estamos condenados a agonia de nossa breve existência

até que a morte nos liberte

através do nada e do esquecimento.