O Garimpo

Carrego minhas ferramentas

Procuro uma ideia brilhante

Pelo menos a gente tenta

Peneira de sinapses distantes

Cabeça dura, não desisto

A imaginação é picareta

Lutando, minha pobreza despisto

De uma musa quiçá uma gorjeta

Jogo palavras na bateia

Giro minha alma e olho no fundo

A riqueza é a alvissareira

Para quem crê até o último segundo

Minhas rimas são “dou(r) (n)ada”

Dizem que minha arte é "pirita"

Quer me escapar uma risada

Mas a ideia é fazê-la bonita

Parvos dão valor

Mas não se sinta logrado

Esqueça o rigor

O humor é um Eldorado

E se o brilho não foi desta

Vou seguir tentando

Molhar a perna no rio é festa

Por isto sigo garimpando