Pequeno Poema
Em lentos passos, como ferro que se rende à chama, lembranças preenchem os espaços no calor de quem se ama. Do parapeito, tempos selados, lágrimas emolduram segredos no meu semblante, perdido, gelado. Como um canto que esconde o choro, do silêncio ouve-se apenas gritos calados, como soluços de socorro, pois cálidas, pálidas e nuas estão as nossas ruas. Apago a luz, abro a janela e lá fora, como um sopro, para o teu íntimo o vento me leva, oh! interminável espera.