Última balada
Sintonizado nos bailes de domingo,
revivo momentos em pedras preciosas,
esculpida em seu rosto cintilante,
como os grãos de areias do pequeno
oceano cinzelado na prainha de Brasília.
Ritmos alucinantes de ventanias,
que balançavam nossa alma,
em enlevo não entendido
na mocidade sonhada por nós.
Dançamos ao som de arpas e luzes ferozes,
cada canto, cada escuridão,
cada ode que encantava mais e mais
nosso coração juvenil.
Momentos eternizado no subconsciente
de nossa poesia teatralizada na interpretação
final do último episódio de nosso momento
que a vida quis que terminasse no cântico definido
das dez horas da última balada.