EU FUI VIOLENTADO
Teu punhal amolado rasgou meu peito
Foram litros de desespero vermelho
Dezessete anos refletivos no espelho
Dragão esmagado no pescoço pelo joelho
Calafrios entupido de névoa encharcada
Umidade que não seca mela ensopada
Água fria da nova jornada da jangada
Vela implorando vento nessa remada
Quem foi que viu?
Tinha papagaio e canhão
Feito a nova função
Chumbo rústico e clarão
Fui atingindo na lateral da proa
Meu navio tá afundando
Não teremos socorro.
O porão está cheio de ouro.