Paraíso, expurgo, Mar...
Não sei por quê,
mas quis um incerto poder divino
fazer a carne tão fraca
e o desejo tão forte,
e nem adianta julgamento e apostas,
que de tão covarde, essa luta
nem vale a pena ser travada.
O que sei
é que ela destruiria meu coração
com a mesma calma
das crianças que brincam
de pisar em formigueiros no parque.
Ainda assim, a tentação grita mais alto.
Quem pode culpar a pobre, Eva?
Quem pode me culpar?
Sou um velho mosquito atraído por duas
lâmpadas mortais, enormes,
brilhantes e azuis.