Paraíso, expurgo, Mar...

Não sei por quê,

mas quis um incerto poder divino

fazer a carne tão fraca

e o desejo tão forte,

e nem adianta julgamento e apostas,

que de tão covarde, essa luta

nem vale a pena ser travada.

O que sei

é que ela destruiria meu coração

com a mesma calma

das crianças que brincam

de pisar em formigueiros no parque.

Ainda assim, a tentação grita mais alto.

Quem pode culpar a pobre, Eva?

Quem pode me culpar?

Sou um velho mosquito atraído por duas

lâmpadas mortais, enormes,

brilhantes e azuis.

O Bêbado
Enviado por O Bêbado em 07/04/2021
Código do texto: T7226277
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