Cactos do Sertão
Esquecidos pelos santos e o céu
O Povo aqui vive ao léu
Se manter de pé é teimosia
Algo que a crença escondia
Mesmo com a dor facial
O sorriso sai de forma natural
Cactos no Sertão
Esse povo sobrevive a cada estação
A luz do dia mais agonia
Não tem nada mais acolhedor
Do que esse povo sofredor
Mesmo assim não deixa de ser vencedor
Esperança pelo pouco de chuva
O Verde florescer
O açude sagrar
E o caboclo prosperar
O que resta é esperar
O sertão indecifrável
Tão difícil de ser deixado
Mesmo que o tempo não ajude
Ele nos ilude
E a esperança que não acaba
Raízes que se propagam