PERMANÊNCIA
Os meus dedos estavam prontos para dançar sobre o teclado
A nossa música cantarolava baixinho em meus ouvidos
Fazendo cambalear as notas entre as teclas
Eu queria dizer que era o fim
Que não restava mais nada entre nós
Além de um ensurdecedor vazio
Mas as palavras em minha mente
Insistiam em declarar mais uma tentativa
Dedilhei tremulamente minhas mãos sobre o piano
Traduzindo em notas as lágrimas em meu rosto
Que silenciosamente contavam ao infinito
O que eu não ousava lhe dizer
Borboletas dançavam em meu estômago
A cada acorde tocado
Deixando meu peito rarefeito
Ofegando memorias
Respirando saudades
Então, percebi que não importava
O quão distante eu estivesse
Você sempre estaria presente
Até mesmo quando o vazio de nós
Ocupasse o nosso lugar.