Volteio
Cada fim
carrega a força do recomeço.
No deserto, ao que parece findar tudo,
brota a flor do bem-me-quer.
Lá, onde o vento dança com o vento,
rodopia um peregrino.
E ele se pergunta:
“Com quem o vento tanto dança?”
O vento, meu caro,
dança consigo mesmo
assim como tu.
Isso é volteio...
O vento vai e vem sobre os próprios pés.
E dentro dele viaja um livro antigo.
Tu verás que há tempo para o choro e há tempo para o riso.
E o teu passado é o teu futuro.
Mas nesse intervalo imensurável,
há uma dança eclesiástica.
O som que chega aos ouvidos diz assim:
“O vento sopra para o sul, volta para o norte, volteia e gira nos mesmos circuitos.”
É a dança do tempo
Isso
foi
Isso
é
Isso
será
Um mero flagrante de volteio