Retrato da substância existencial do Homem

Faço uma breve pausa nesta aula

Para escrever esta poesia,

E mesmo assim

Não sei se está vivido,

A minha tamanha insatisfação comigo.

Angústia que atravessa o meu ser,

Ou o que chamo de tal,

E o vir a ser que não me é tão nítido,

E que pode ser nada a mais,

Do que nada,

O nada de Lacan.

Ou,o nada do nada que é fazer,

Produzir.

Conheço pessoas cuja identidade não posso revelar,

Mas cujo o apreço por mim era nítido;

Conheço pessoas,mas elas não me conhecem.

O saber bem diferente do que ter conhecimento,

E informações já se faz abstrato.

Conheço pessoas e mesmo assim,

Não sou um ninguém.

Conheço aquilo do qual baba cai da boca dos medíocres,

Seria eu um?

Não,eu sou um a parte.

Eu sou o homem que sabe a dimensão da miséria humana,

E que definições de estados estéticos,

Da afirmação da vida,

Da busca pelo irredutível,

O ser pelo saber/fazer,

É crer,

E para mim tudo é equivalente,

Até onde me parece,

O quadro de Pascal é o mais verossímil.

Eu ainda continuo sendo o da mossada,

Apenas mais um ninguém,

Jogado a entre tempos curtos,

E discursos infinitos que se faz em silêncio.

Não,não creio em mim e em ninguém,

Eu sou apenas um ninguém.

Eu sou um homem consciente,

Saciente,do meu ser medíocre,

Esdrúxulo,

Trágico,

E eterno na finitude,

Até a morte,

E dor de alma,

Dor de consciência.

Demérito,nem um mérito há nisso,

Insípido inerentemente a esta poesia,

Pois não sei pintar muito bem.

Eu sou apenas um homem que por puro acaso,

Ou mesmo que se faça certas pré-disposições em um arranjo psicossocial,

Nasceu,e tornou-se o que eu denomino de,

Homem consciente,

Homem,apenas...

Homem.

Oaj Oluap
Enviado por Oaj Oluap em 03/04/2021
Código do texto: T7222902
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