Pretendo o pretérito
O passado
E sua luz distante
Voz obstante
Atravessa o pensar
Chega aos olhos
Imagem errante
Tão indiferente
Ao agora estar
Intocáveis são
As coisas da vida
Como ferida
Aberta e inflamada
Observamos
E distante ficamos
De um passado
Que nunca foi morada
E o pretérito
De tudo a fundo
Formaliza em nós
Nosso próprio mundo
Todas as ideias
Do não-absurdo
Que traça na terra
Um mapa profundo
Nossa semelhança
O genes de tudo
Não está na lembrança
Ao vermos o mundo
E as coisas de agora
Impensáveis por hora
Serão passadas num futuro