PERDÃO E VIDA
Vi corpos sem vida,
Mulheres, homens e crianças
Estendidos à beira-mar.
Em Beira, Moçambique,
Sete dias após a tempestade,
Ondas levavam e traziam o horror da morte.
Tragédias humanas.
Além do meu umbigo,
Furacões destroçam vidas,
Lamas tiram o sossego dos lares,
Gente morre abandonada.
E continuam jogando pedras na Cruz...
E ajudamos, somos turba.
Atiramos, zombamos diariamente
"Em palavras, atos e omissões".
Já que nada Dela entendemos,
Recolho-me e me ajoelho.
Tudo está além do meu umbigo
E lá, a Cruz.
Perdão, Pai!
Dalva Molina Mansano
02.04.2021.