o teu olhar pequeno

o teu olhar pequeno não me alcança

sou arco e lira que tem as forças doas ares e dos ventos tostado e queimados pelos raios solares

o teu olhar pequeno

não me avilta

não me amiúda

ele é cordão umbilical dos cadáveres dos teus sonhos

dos teus necro jardins

cheios de parasitas sedentários

o teu olhar pequeno te seduz como a chama apagada que nada ilumina

o teu olhar pequeno não me avilta

sou pássaro louco

cheio de desejos sem cordas e sem correntes vivo a beira dos precipícios, das torrentes perigosos com cheiro das vertentes naufragadas poeticamente! Sempre à beira a loucura de ser gente

Ah! o teu olhar ?

medida exata de tua mediocridade

que solapa teus horizontes perdidos

o meu olhar é matreiro,

sorrateiro e sem preguiças

o meu olhar

é seta errante, certeira, na mira incerta e exata que devasta verdades cruas e exatas

o teu olhar engana a ti mesmo

erro errado errante permanente

o teu olhar-cicatriz meretriz dos bastardos de outrora

sem agoras, sem alicerces

o teu olhar pequeno que vive da perversidade

e limitar a apenas ver

sem ousar enxergar-se a si mesmo

o teu olhar pequeno

fatigado dos cansaços e das mesmices cotidianas

não me engano, dou largos sorriso e sigo adiante porque o lume das tardes e manhã me alimentam

o néctac da madrugas me nutrem

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 02/04/2021
Código do texto: T7222122
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.