o teu olhar pequeno
o teu olhar pequeno não me alcança
sou arco e lira que tem as forças doas ares e dos ventos tostado e queimados pelos raios solares
o teu olhar pequeno
não me avilta
não me amiúda
ele é cordão umbilical dos cadáveres dos teus sonhos
dos teus necro jardins
cheios de parasitas sedentários
o teu olhar pequeno te seduz como a chama apagada que nada ilumina
o teu olhar pequeno não me avilta
sou pássaro louco
cheio de desejos sem cordas e sem correntes vivo a beira dos precipícios, das torrentes perigosos com cheiro das vertentes naufragadas poeticamente! Sempre à beira a loucura de ser gente
Ah! o teu olhar ?
medida exata de tua mediocridade
que solapa teus horizontes perdidos
o meu olhar é matreiro,
sorrateiro e sem preguiças
o meu olhar
é seta errante, certeira, na mira incerta e exata que devasta verdades cruas e exatas
o teu olhar engana a ti mesmo
erro errado errante permanente
o teu olhar-cicatriz meretriz dos bastardos de outrora
sem agoras, sem alicerces
o teu olhar pequeno que vive da perversidade
e limitar a apenas ver
sem ousar enxergar-se a si mesmo
o teu olhar pequeno
fatigado dos cansaços e das mesmices cotidianas
não me engano, dou largos sorriso e sigo adiante porque o lume das tardes e manhã me alimentam
o néctac da madrugas me nutrem