ABRO A PORTA
ABRO A PORTA
Abro a porta
Entro na rua
De domínio público
Mas está sem público
De repente alguém
Que me ultrapassa
Sem deixar impressão
Onde irá sem sol
Talvez como eu
Para o mundo da lua
Algo está fora de ordem
Falta uma desordem
Passo a passo passam outros
Zumbis sem nome
Vagando sem rumo
Nesta roleta viciada em mortes
O escurão começa a clarear
Tudo segue inerte
Resolvo voltar à trincheira
Sem eira nem beira
No corpo e na alma
A entropia me engole
Quem sabe um gole
Consiga me fazer pegar no tranco
E parar de sofrer solavancos
Deles ninguém precisa
Quer-se apenas luz verde
Adoraria ver-te
Mesmo na impossibilidade de estrelas