É a vida
É a vida
Diz um poste
Enquanto desvia de um pássaro
Um homem passa
Mais morto que um defunto
Acena para ninguém
Entra numa loja
E sorve com ânsia o desdém
Segue o fluxo
Ninguém sabe
Se é tarde ou noite
Ou se apenas
É outro que não quer ir
A tropa de automóveis
Obedece aos sinais
Pisca buzina tosse
Um cadáver espera sua vez
Uma mulher ri
Enquanto um ônibus mastiga outro
Torto o destino
Segue empilhando corpos