E s s ê n c i a



 
Alma, acostuma a nunca dizer o que sente, pois não adianta. Não sabe falar do outro, fala de si superficialmente, sabe esvaziar palavras, também a esperança, sem aliviar seu coração que nada tem de inocente, sabe do impossível,  sabe o que não quer, ninguém muda do dia para a noite, a alma não muda, atropela-se em fantasias, mete os pés pelas mãos, ela é o que é... ao se dar conta, já fez, aquieta-se, os ímpetos cessarão. A vida não é tão longa, nem a dor,  não quer retomar o  fôlego,  é tarde para recomeçar. As Lágrimas secarão, os risos irão se multiplicar um dia quiçá. Entre alívio e aflições, vamos desfiando os conflitos, à revelia cai a chuva cumpre seu papel, vai molhando o chão, ladeira acima, abaixo, enchendo os riachos. Pensamentos... Outra alma, observa o ritmo da natureza, essa visão lhe basta, sabe que nada precisa mais falar, vê a poesia à se derramar, enquanto outras e outras almas em vãs tentativas anseiam do peito a sua dor retirar, pensam que a dor do outro nada tem de significância, e cada um segue com ou sem lembranças.
 




Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 31/03/2021
Código do texto: T7220387
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