ESTRELA BAILARINA

ESTRELA BAILARINA

À poetisa

MARÚCIA HERCULANO.

Maria, rosto de bailarina,

risonho, amazônico,

abandona a tela de Degas,

e cá, no laboratório do escritor,

baila só para mim, sim!

Torno-me seu único espectador,

acaricia minha dor...

Mariluz, menina que tudo traduz

tecendo letras, palavras e versos: mar e “vita”;

Marita, graciosa bailarina de alma rica, vestida de safiras;

Mariath, dos passos e dos gestos coreográficos,

Musa Terpsícore!

Marina dançarina os versos alinha e tudo reluz;

Maru conduz o bailado do Maracatu;

Mariú é dança do ventre nu ondulante,

em transe, gira como furiosa Bacante,

Mênade enlouquecida, possuída,

enfurecida, Bacante lamparina.

Miryám é Musa bailarina Isadora Ducan;

Marília dos passos, dos leves pés que seguem

os compassos da trilha musical;

Marilyn das dançarinas palavras sem fim,

mulher-marinha, menina bailarina vestida de pantominas.

Mariucha é russa-Musa Pavlova;

Maruxa, por ocasião das Dionísias rústicas,

é Musa dançarina convulsa em versículos:

“Matinée d’ivresse” e Rimbaud,

mulher-cisne coroada de rosas:

Rumba, Balé, Candomblé.

Mariuccia, música intensa e dançatriz,

estendida num céu claro-escuro,

por um instante cintilante, assim...

por um triz,

dançava Marúcia

com feminina manha e astúcia,

e todo esplendor do seu corpo tremeluzia

como Vésper,

a estrela bailarina da manhã.

Prof. Dr. Sílvio Medeiros

Campinas, é primavera de 2007.