Avesso
Penso no reinvento
Numa nova perspectiva
Quiçá um novo argumento
Uma desembuchada criativa
Vontade de contar estórias
Temáticas de felicidade
Narradas com bela retórica
Enganando minhas verdades
Mas hipocrisias me vêm goela abaixo
Inútil fechar os olhos para não ver
E penso que não me encaixo
Tem coisas que preferia não saber
O estomago fica revirado
Em espasmos contorcionistas
Tenho ingerido algo estragado
Vomito em poemas algumas pistas
E o que minha válvula de escape seria
Teima mostrar meus sentimentos
Evadindo de minha alma parte de sua biografia
Escancarando assim os meus tormentos
Mas sei que para além da minha indignação
Pintada em cores fortes, densos traços
Existe, do menino, um coração
Onde a esperança ainda tem espaço
Que na escrita, que venho renunciando,
Pois só me vem tristes aventuras
Siga imaginando processo do mau esgotando
Num caminho irreversível rumo à cura
Que de tudo eu consiga tirar lições
Acalmando a náusea que me vai por dentro
Que a bile expelida alivie a minhas aflições
Mas que do amor eu nunca perca o centro
Para que a primavera venha sem demora
E a gente consiga sentir no ar sua canção
A alegria seja da nossa mente a senhora
Para ser cantada e reforçada num refrão