SILENCIOSO FALAR

A morte não é nada para nós, pois,

quando existimos, não existe a morte,

e quando existe a morte, não existimos mais.

Epicuro

Não denuncie onde termina vasta terra,

Nem acate mapa rabiscado de destino.

Imagine soltamente o céu dos céus,

Enraize, no limiar de Hades.

Tem corações que por palavras alçam,

Tem orações que gatilham emoções,

Tem rações que almo, alma vigora,

Tem ações que montanhas pétreas movem.

Não enuncie onde começa o fél da dor,

Nem retoque fantasias fraudulentas .

Lastime prontamente as ilações,

Irradie aos quatro cantos, outridade.

No fundinho do fundo da batéia,

A quididade brilha como ouro.

Ariadne, libere o fio, de Hades aos céus,

Waze cúpido, entre morte e vida.

Multiplique sonhos para ousar melhor.

Na matéria viva, revive a morte!

Álacre semente, semem somente.

Sem palavras vãs, silencioso falo.

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 26/03/2021
Reeditado em 27/03/2021
Código do texto: T7216583
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