O Medo é o Agravante

O medo de errar,

Faz desesperar o tolo,

Desperdiçar sem consolo,

Exceder e ignorar o dolo.

O medo de acertar,

Faz se perder e descrer,

Assim sequer reconhecer,

E dar o merecido valor.

O medo de cair,

Faz deslizar sem sebo,

Pedir socorro sem desvelo,

Sentir antes da queda dor.

O medo de levantar,

Sabota os movimentos,

Abstrai os momentos,

Imobilizado por lamento.

O medo de confessar,

Repreende a verdade,

Questiona a serenidade,

Esconde dúvida e temor.

O medo de não chegar,

Faz da partida um acaso,

Somente pisa em mar raso,

Confia em positivo falso.

O medo impiedoso,

Quebra a corrente de fé,

Rejeita quem está de pé,

Não acena no breve até.

O medo de não amar,

Conduz ao léu o sentimento,

É prematuro seu argumento,

E se depara com sofrimento.

O medo de não se doar,

Promove culpa por não fazer,

Impulsiona ação sem querer,

Embora deseja se recolher.

O medo de ser e de agir,

Não manda um representante,

Indescritível em seu rompante,

O medo é o próprio agravante.

CarlaBezerra

Divina Flor
Enviado por Divina Flor em 26/03/2021
Código do texto: T7216437
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