O Medo é o Agravante
O medo de errar,
Faz desesperar o tolo,
Desperdiçar sem consolo,
Exceder e ignorar o dolo.
O medo de acertar,
Faz se perder e descrer,
Assim sequer reconhecer,
E dar o merecido valor.
O medo de cair,
Faz deslizar sem sebo,
Pedir socorro sem desvelo,
Sentir antes da queda dor.
O medo de levantar,
Sabota os movimentos,
Abstrai os momentos,
Imobilizado por lamento.
O medo de confessar,
Repreende a verdade,
Questiona a serenidade,
Esconde dúvida e temor.
O medo de não chegar,
Faz da partida um acaso,
Somente pisa em mar raso,
Confia em positivo falso.
O medo impiedoso,
Quebra a corrente de fé,
Rejeita quem está de pé,
Não acena no breve até.
O medo de não amar,
Conduz ao léu o sentimento,
É prematuro seu argumento,
E se depara com sofrimento.
O medo de não se doar,
Promove culpa por não fazer,
Impulsiona ação sem querer,
Embora deseja se recolher.
O medo de ser e de agir,
Não manda um representante,
Indescritível em seu rompante,
O medo é o próprio agravante.
CarlaBezerra