PASSARINHANDO...(só porque)
Passarinho é ser que voa...
E tão logo sobrevoa
Só porque é passarinho.
Nasce ali no próprio ninho
Tudo sempre bem quentinho...
Desavisado dos caminhos.
Tem as asas sempre amplas.
Passarinho quer sonhar.
Nunca teme abrir os olhos
Sob as invernadas cores
Dentre a luminosidade
Do que não parece dores.
Passarinho é ser de paz
E sequer sabe o que é
se ser ser de asa fugaz!
Foca sempre o horizonte
Retilíneo e deslumbrante
Na missão de acreditar.
O todo sobrevoar!
Sempre anseia um voo livre
Em perfeitos zigue-zagues,
Mesmo em incautas revoadas.
Passarinho é passaradas.
Passarinho é só sonho aprendido
Não tem coração ressentido
Quer alçar a imensidão...
E só porque
É Passarinho
Sobrevoa a ilusão.
E também é liberdade
Sob os braços dos arvoredos
Passarinha os seus desejos.
Do alto dos voos idos
Passarinha os horizontes...
Se com asas a fraturar
É direito o seu planar!
Passarinho não é Homem
Que fratura o próprio nome.
Passarinho é ser ingênuo,
Nunca tem ato obsceno.
Não limita as excursões
Dos voos nas aflições...
Passarinho não tem togas.
Passarinho só tem penas
Sobrevoa suas horas,
E sem vestes voa, apenas...
Sob martelos debatidos,
Tão batidos e rebatidos...
Nunca voa retorcido
Nos rasos voos em veredictos.
Passarinho quer espaço...
Nunca faz um voo em laço:
Quer direito assegurado.
Não tem ego intransigente
A negar voos prementes
Às injustiçadas gentes.
Passarinho é de verdade!
Nunca é voo indigente!
Passarinho muda a rota
Não alça voo de derrota.
E também não usa máscaras
Segue de penas lavadas
Pela toda chuva ácida.
Passarinho...
Voa por amplas vertentes,
Sem o subjugo das correntes.
E se gente não quis ser...
Não é voo ao perecer.
É só fluido versejar
Nas asas do passarinhar.
Passarinho é o próprio verso,
Voo livre ao Universo.
E por ser ingenuidade...
É amplo verso de saudade.
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