Dilacerado pedaço a pedaço
Sob estes versos eu confesso
em lágrimas que nesses últimos
dias eu tenho atravessado as
fronteiras de cada célula ainda sã
não tenho a intenção
[ainda]
de dar um fim as estações
nada disso é recreativo
mas tão desesperante...
eu me camuflo no cotidiano
mas é quase insuportável…
Eu odeio despedidas, aquelas que
não pude me despedir por fraqueza
a dor do luto me consome como
uma presa abatida enquanto
dilacerado pedaço a pedaço
as manhãs onde não a vejo
na cozinha fazendo o café
as noites onde você não vem
a porta do meu quarto e eu
não mais ouço aquele som
“toc toc”
— durma com Deus