restos de um espelho
quebrado pela dor
desejam reencontrarem-se
no templo onde a lua
banha o coração de Hera
apaixonado pela loba
selvagem com cinco patas
outro ser descendente de mim
vai morar na sexualidade das flores
Hera veste segredos meus
de um tempo propagado
à velocidade da luz
lentidão não há nos punhos que sangram para dentro
corre-se no vazio do sono
desassossego de uma deusa
enamorada de uma loba
meio fera, meio humana
espelho colado grita vida
Hera mora em mim
Encanto surrealista de um pincel bailarino
Sê o vagar atrás do cemitério
Sê o poente num lugar com água congelada
Há vida... sim, a vida sou eu


 
Rosângela Trajano
Enviado por Rosângela Trajano em 23/03/2021
Código do texto: T7213796
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