Casa de Dora
Por mais que se tenha consciência/
Da enfermidade no estado das horas/
Há essa impávida dor/
Subserviente do materno amor/
De uma humanidade solidária/
Que tu, a teu jeito irreverente em cada rebento criou/
E que agora deixa-nos escrito nessa saudade/
A desfigurar dos olhos a cor/
Adormecendo a voz na boca/
Ficando latente/
Pra quem sente/
A marca dessa perda/
O ensino verdadeiro, do teor, dessa vida passageira/
Onde agora, cada qual, pedaço de tua raiz/
Sofre em seu canto com os arranjos amargos/
Com a ferida profundamente esculpida pelo momento, sem qualquer pudor/
Cujo interminável pranto… Despido ou oculto na alma/
Faz-se incapaz de aliviar/
Esse vazio que fala/
Incansavelmente como foi tua missão de mãe e amiga/
Do significado da tua história em nossas vidas/