Envase... Extravase

A febre dos pensamentos

Fluindo forte, arrastando tudo

Ideias antes fixas, arrancadas pela raiz

Razão arrastada por uma emoção pororoca

Um oceano titânico resignificando o sentido da foz

O gosto salgado de experiências não solicitadas

Coração convulso

Mas a maré sempre volta a baixar

O que imaginamos como a ordem da natureza, retorna

A onda de revolta vai perdendo sua força

E vemos nosso solo mais fértil

Com os sedimentos trazidos pelo mar

Talvez, em algum momento, o alvorecer do algoritmo das marés

E o coração acerte a frequência voltando ao ritmo do universo

E numa diástole da nossa alma facilitemos a aplicação do remédio

Expansiva compreensão da dor

Rígida determinação na cura

De quem nunca se imaginou doente

Dias que vão passando

O ciclos cardíacos repetindo

Coração calejado

Que ainda se surpreende com o tsunami das fraquezas humanas

Mas um dia toda a taquicardia será por uma paixão

Assim está escrito

Pelo menos nos poemas dos poetas tresloucados

Alma pura de insanos que são

E que nos transportam, minutos que sejam,

Para uma outra dimensão

Onde o amor pode ter correspondência

De nossos medos a alforria

Para qualquer questão, toda sapiência.

O Envase e extravase... só de alegria!