CIDADE

CIDADE

Na cidade onde me escondo

Onde muros guardam tragédias

Onde nada se vê ou ouve

O destino segue oblíquo

No falar inaudível sem cumplicidade

Há desejos debruçados nas janelas

Há prantos cheios de angústia

Pela felicidade interditada

Que antes era repetida

O mundo lá fora apenas notícias

De muitos nomes marcados

Nas pedras que pisamos

Imorredouras

Não como nós

Passageiros no crepúsculo de um

Tempo atemporal

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 21/03/2021
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