Ciclo
Diz morte
da carne que abandona a alma
e volta inerte ao chão
pra consumação do ciclo
do fim que chega ao começo
e de onde ninguém espera
e de onde vem o desespero
no coração dos que ficam...
faz sem demora
o escombro de primaveras
com o colorido cinzento
de flores tristes nos olhos
e o emurchecer de sorriso...
se faz revolta
com o nada que vale nada
pelo que se tanto luta
a ao luto
do que se vai
e não volta...
do espólio
da matéria que é mutante
gera outras formas de vida
naquilo que, em si, se finda
mas que noutros se transforma...