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Onde será que guardei a esperança

Em alguma gaveta?

Creio que não, lá só estão guardadas saudades

Será que estão no meio dos livros na estante?

Não, lá está o essencial, a matéria que me guia

Humm, deixe-me ver, quem sabe no criado-mudo. Nossa, que bagunça, aqui só nadas e tranqueiras, preciso dar uma limpada mas fico com dó da aranhinha

Rodo a casa toda e não encontro a danada

Já sei, deve estar lá fora, no quintal, ou quem sabe na rua, vou atrás para, quem sabe, encontrá-la

Cheguei, não encontrei, realmente a perdi, o vento a levou, e eu aqui, murcho, embaixo deste azul céu em inútil agonia desesperançada