Não sei se me fiz entender
Não sei se me fiz entender naquele momento,
bastou cruzar teus olhos sob o azul firmamento
E daquele improvável, indescritível cruzamento
desenhou-se trama, e o amor... óbvio elemento.
Perpetuaram-se as cicatrizes e o sentimento...
desequilibrou-se e submeteu-se a tratamento.
Não sei se me fiz entender naquele momento,
bastou cruzar teus olhos sob o azul firmamento.
Era para ser, mas não fui, não fiz o movimento
E do ato, pouco restou que valesse o incremento.
Palavras desconexas vertiam da boca feito cata-vento,
O coração, o corpo, enfim, tudo mais era fragmento,
Não sei se me fiz entender naquele momento.
Referência:
MALLMITH, Décio de Moura. Não sei se me fiz entender (Poesia). In A Voz da Liberdade. Coletânea de contos, crônicas e poesias. Radich, Sandra Mara Ferrari (Organizador). p. 27. 1 ed. Rio de Janeiro/RJ: PoloBooks, 2015.
Projeto Sol Além-Mar, prêmio excelência literária. Troféu Corujão das Letras. Menção Honrosa.